segunda-feira, 4 de maio de 2015

O Preconceito Linguístico e os Dialetos Brasileiros




















Além de tantas riquezas naturais destaca-se outra de valor inconfundível: as várias línguas do Brasil.

O povo brasileiro fala a língua portuguesa. A partir do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa a ortografia dos países que falam esta língua passaram a ter uma única escrita. Houve a unificação da escrita, porém as formas de falar continuam as mesmas. Assim, também nas divergentes regiões brasileiras conservam-se os diferentes dialetos. Cada lugar tem sua maneira de falar, cada povo possui um dialeto característico da sua região, do lugar onde mora, às vezes uma mesma coisa tem nomes diferentes dependendo do lugar onde ela exista.
Atualmente, a escrita dos nomes, as letras usadas e as regras ortográficas são iguais para todo o lugar que fala a língua portuguesa, porém a linguagem falada muda de acordo os vários dialetos.
Criticar a forma de falar das pessoas é um preconceito linguístico.
Construímos este blogger com a intenção de incentivar nossos colegas de turma, professores e demais, para que possam tomar  conhecimento desse velho persistente preconceito linguístico, além de conhecermos mais sobre os diversos dialetos do povo brasileiro. É essencial que saibamos que a língua é um fenômeno dinâmico e cultural, porém, não podemos continuar a alimentar e cultivar qualquer tipo de preconceito contra a nossa própria variedade linguística.

 
"O preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários (...)".
Marcos Bagno

Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, é conhecido por ‘falar mal’ o português – no sentido mais usual da expressão. Nesta história em quadrinhos, ele é repreendido pela professora pelos ‘erros’ de concordância cometidos. (imagem: reprodução)
 Antes do descobrimento do Brasil, os índios falavam tupi-guarani. Com a chegada dos portugueses e, em especial, a partir da catequização dos índios pelos jesuítas, os índios começaram a falar a língua portuguesa. Se fosse hoje, os índios catequizavam os portugueses e seriam eles que falariam tupi-guarani.Mas isto não aconteceu. Nossa língua é a portuguesa, uma língua que comunica, que compreende, que interpreta, que inventa e reinventa. É a Língua Portuguesa falada no Brasil. A linguagem dos vários dialetos e sotaques.


Sotaques e dialetos
 
Em se tratando da diversidade dos sotaques brasileiros, conclui-se que originaram-se dos resultados das modificações da língua portuguesa original incluindo sotaques indígenas e heranças dos escravos vindos da África, sotaques de milhares de imigrantes europeus e asiáticos.
A mistura de povos resultou numa diversidade cultural, de explêndida beleza. O país tornou-se rico em talentos, vestuários, danças, músicas, possui uma comida típica regional de sabores incomparáveis. E a língua então?! Tornou-se rica, variada. Cada lugar tem um sotaque. Cada dialeto tem seu valor.

Os alagoanos, segundo os paulistanos, falam cantando, puxam o X nas palavras oitcho (oito), oithenta (oitenta), entre outras. Chama estilingue de peteca e bola de gude de ximbra. As bogais E e O nas palavras tem som de I e U.
Os paulistas destacam as letras R e S em suas falas, procuram expressar, corretamente, os sons das vogais E e O nas palavras. Tem uma fala expressiva e elegante, mas em potencial da língua não difere das outras regiões.
Os gaúchos falam puxando a letra R. É um sotaque que se destaca, mas não é o mais bonito. É um belo sotaque entre os muitos outros dialetos belos do Brasil.
Os mineiros gostam de imendar uma palavra a outra. Faz abreviações das palavras faladas. Para falar de alguma coisa que não quer dar o nome imediato, chama de treem.
Os cariocas puxam o CH, o S e o X. Sua linguagem oral assemelhase aos portugueses.
Os pernambucanos usam o visse bichinho! Os baianos arrastam a voz, são ligeiros no samba nos pés, no batuque do pandeiro e no vatapá e o acarajé. E quem quiser faça seu julgamento, só não pode ter preconceito, nem desprezar nenhuma forma de falar.
Além dos sotaques são dados nomes diferentes a alguns objetos, mas isto não é falar errado, isto é, riqueza de linguagem.
Na escola as crianças sofrem para aprender a escrever. A nossa escrita é complexa e descontextualizada da fala. Nem sempre representamos a nossa fala com as letras do alfabeto que represente os sons exatos das letras. Se existe dificuldade para escrever gramaticalmente correto, imaginem falar perfeito ou igualmente, com o mesmo som, mesmo sotaque. Isto seria um desrespeito as variedades linguísticas. Seria um preconceito. 
O menino mudou seu pedido com medo da crítica em relação a sua escrita. Imaginem quantos medos são vivenciados no contidiano por causa da fala. Falar errado é não saber se comunicar; é não se fazer compreensível em sua linguagem; é distorcer a comunicação.
Outro fator que impulsiona o preconceito linguístico é decorrência da diversidade da classe social. A classe de baixa renda é sempre mais excluída, é desfavorecida socialmente e ainda sofre preconceitos sofre sua linguagem falada.
"É fundamental compreender que o preconceito linguístico também está intimamente relacionado à elevada concentração de renda que o corre no Brasil. Pelo fato da sistemática hierarquização social, é comum ocorrer disparidades gritantes entre as classes. Desse modo, aqueles que possuem um maior poder aquisitivo impõem seu modo de falar e sua linguagem aos demais como sendo a única forma de comunicação tida como correta, logo tendo que ser seguida por todos. Mas, tal postura é incoerente, pois o falante tem que se adaptar a cada situação, dessa maneira, o contexto que ocorrera a comunicação é que determinara a variabilidade linguística a ser usada."
http://preconceito---linguistico.blogspot.com/2011/04/preconceito-linguistico.html  
Qualquer tipo de preconceito é um crime contra a humanidade. Brancos, negros, amarelos, mulatos, ricos e pobres, altos e baixos, gordos e magros são pessoas igualmente gente. É gente, merece igual valor em suas diferenças. As maiores riquezas do nosso país são, justamente, suas diferenças. E entre elas, a diversidade linguística
Em detalhe o Dialetohttp://www.cin.ufpe.br/~rac2/portugues/dialebr.html
 http://inwords.eu/post/16247895496/zonas-dialetais-brasileiras http://minerva.ufpel.edu.br/~marchiori.quevedo/origem.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Variantes_dialetais_do_Nordeste_brasileiro http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=s0009-67252005000200017&script=sci_arttext http://amigonerd.net/humanas/turismo/dialetos-do-brasil 

O Brasil é um país pluricultural, uma terra de mais belo ecossistema do mundo, uma Nação que possui a maior diversidade de aves de todo o planeta terra. Seus rios são belíssimos, verdadeiros tesouros azuis, suas matas são diversas; riquezas naturais de vegetação rica em plantas medicinais e densas florestas.




É a linguagem peculiar de alguma região, a variação regional de determinada língua. Devido a alguns fatos históricos e ao vasto território do nosso país, o português brasileiro possui diversas diferenças dialetais, inclusive no léxico, porém, surpreendentemente mantém uma norma unificada proporcionando a manutenção de uma mesma língua em todo o país.
Há algumas controvérsias com relação à organização das zonas dialetais brasileiras, até porque há bastantes variantes em determinadas áreas, impedindo, portanto, de se estabelecer uma “zona” dialetal. Contudo, podemos tentar fazer uma divisão entre as variações mais evidentes.
O que ocorre, também, é uma insuficiência das informações completas sobre as diferenças no léxico, na fonética, etc, para que se possa fazer uma divisão precisa entre as variantes regionais do falar brasileiro. Mas podemos ousar dividir os dialetos do português brasileiro em dois grupos: o do NORTE e o do SUL, e dentro destes grupos definir suas principais variedades.
NORTE: amazônica e nordestina.
SUL: baiana, fluminense, mineira e sulina.
Vale ressaltar que no Nordeste brasileiro há diversos dialetos, que, junto com os dialetos amazônicos constituem o chamado português brasileiro setentrional.
Vejamos algumas outras variedades do português brasileiro:
Dialeto nortista  (amazofonia): falado pelos habitantes da região norte do país, ou seja, pela região amazônica, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e parte do Pará.
Dialeto sertanejo: falado nas regiões do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Minas Gerais.
Dialeto Sulista: falado na região sul do país, abrangendo principalmente os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Alguns estudiosos incluem também alguns estados do sudeste e centro oeste.
Dialeto baiano (baianês): falado na região geográfica que abrange o estado da Bahia, além de Sergipe, norte de Minas Gerais, leste de Goiás e Tocantins.
Uma observação importante é que o chamado dialeto baiano, embora se encontrando na região nordeste, tem influência sobre outras áreas vizinhas como Minas Gerais, Goiás e Tocantins, sendo, portanto, considerado por alguns como parte dos dialetos sulistas. Este termo talvez não seja o mais adequado, já que difere muito dos dialetos do sul do país, fato que leva alguns estudiosos a criarem o termo centro-sulista para designar este dialeto.
Dialeto nordestino: falado nos estados do Nordeste, porém com claras subdivisões e variações entre estados, regiões ou até mesmo cidades. Contém, contudo, características bem semelhantes e por isso se mantém em um mesmo grupo.
Outros dialetos, pertencentes a áreas menores, podem ser distinguidos, por possuírem características próprias no seu falar:
Dialeto interiorano: regiões agreste e sertão do nordeste. caracterizado por apresentar forte som em /di/ e /ti/.
Dialeto Mateiro: zona da mata. Parecido com o dialeto interiorano, porém a maneira de falar é “mais rápida”.
Dialeto Recifense: região metropolitana do Recife. Possui as características das duas anteriores, porém a palatalização das fricativas ocorre antes de todas as consoantes.
Dialeto Florianopolitano (manézinho): Florianópolis, SC. O falar é uma junção do português açoriano com o português madeirense, sofrendo influência do falar indígena.
Dialeto Carioca: região metropolitana do Rio de Janeiro. O falar traz muitas características do português lusitano, como o “s” chiado e o uso das vogais mais abertas mesmo em contextos que favorecem o fechamento da mesma.
Dialeto brasiliense (candango): Cidade de Brasília e região metropolitana. É um dialeto mais neutro, uma mistura dos demais, decorrente da grande migração ocorrida para esta cidade durante a sua construção.É considerado por muitos como um “sotaque branco”.
Dialeto cearense: falado no estado do Ceará. Possui variações internas, mas se caracteriza basicamente pelo uso do pronome “tu” com maior frequência em vez de “você”, além de características em comum com os demais dialetos nordestinos. Possui também muitas particularidades em seu léxico.
Dialeto gaúcho: falado no Rio Grande do Sul e em parte do Paraná e de Santa Catarina. É caracterizado por particularidades em seu léxico, influências do italiano, espanhol e alemão. Quanto aos aspectos fonéticos possui também diversas características particulares, podendo ser facilmente distinguidos entre os demais dialetos brasileiros.
Dialeto Mineiro (montanhês): região central de Minas Gerais. Facilmente distinguível dos demais dialetos brasileiros, principalmente pelas características fonéticas bem particulares.

Fontes:

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